Yerma
sábado, 16 de abril de 2011
Lorca - “El duende”
Lorca “El duende”
Todo mundo conhece e figura de Federico García Lorca dentro do amplo panorama da Literatura Espanhola do século XX. Comparado com Lope de Vega, que também combinou em sua obra poesia e teatro, Lorca possui um dom especial que atrai à todos, tanto o amante popular como o admirador mais culto, o conservador do clássico como o que gosta de ousadia vanguardista.
Lorca tinha o que os andaluzes chama de “o duende” a capacidade de captar a graça e a beleza transformando em matéria artística. Decidiu expressar esse duende por meio da palavra.
De Federico Garcia Lorca, trechos da Teoria y Juego del Duende
Manuel Torres, el hombre de mayor cultura en la sangre que he conocido, dijo, escuchando al propio Falla su Nocturno del Generalife: "Todo lo que tiene sonidos negros tiene duende".
Estes sonidos negros son el misterio, las raíces que se clavan en el limo que todos conocemos, que todos ignoramos, perdo de donde nos llega lo que es sustancial en el arte.
El duende es un poder y no un obrar, es un luchar y no un pensar. Yo he oído decir a un viejo maestro guitarrista: "El duende no está en la garganta; el duende sube por dentro desde la planta de los pies".
Para buscar el duende no hay mapa ni ejercicio. Solo se sabe que quema la sangre como un tópico de vidrios, que agota, que rechaza toda la dulce geometría aprendida, que rompe los estilos, que hace que Goya, maestro en los grises, en los platas y en los rosas de la mejor pintura inglesa, pinte con las rodillas y los puños con horribles negros de betún.
La llegada del duende presupone siempre un cambio radical en todas las formas sobre planos viejos, da sensaciones de frescura totalmente inéditas, con una calidad de rosa recién creada, de milagro, que llega a produzir un entusiasmo caso religioso.
Los grandes artistas del sur de España, gitanos o flamencos, ya canten, ya bailen, ya toquen, saben que nos es posible ninguna emoción sin la llegada del duende... En todos los cantos del sur de España la aparición del duende es seguida por sinceros gritos de "Viva Dios!", profundo, humano, tierno grito de una comunicación con Dios por medio de los cinco sentidos, gracias al duende que agita la voz y el cuerpo de la bailarina, evasión real y poética de este mundo.
La virtud mágica del poema consiste en estar siempre enduendado para bautizar con agua oscura a todos los que lo miran, porque con duende es más fácil amar, comprender, y es seguro ser amado, ser comprendido, y esta lucha por la expresión y por la comunicación de la expresión adquiere a veces, en poesía, caracteres mortales.
Ni en el baile español ni en los toros se diverte nadie; el duende se encarga de hacer sufrir por medio del drama, sobre formas vivas, y prepara las escaleras para una evasión de la realidade que circunda.
España es el único país donde la muerte es el espectáculo nacional, donde la muerte toca largos clarines a la llegada de las primaveras, y su arte está siempre regido por un duende agudo que le ha dado su diferencia y su calidad de invención.
El duende... Dónde está el duende? Por el arco vacio entra un aire mental que sopra con insistencia sobre las cabezas de los muertos, en busca de nuevos paisajes y acentos ignorados; un aire con olor de saliva de niño, de hierba machacada y velo de medusa que anuncia el constante bautizo de las cosas recién creadas.
quarta-feira, 16 de março de 2011
domingo, 13 de março de 2011
Ciganos
Os ciganos representam uma das comunidades mais inofensivas e pacíficas do mundo, e seus ideais figuram na bandeira que adotaram em 1971: azul em cima (o céu do país que os recebe), verde abaixo (o território em que pisam), e uma roda no meio, que simboliza o nome de seu hino: "Guedem, guedem" (andai, andai). Por sua fragilidade material e política, os povos ciganos têm sido o bode expiatório perfeito do racismo e do neofascismo que os governantes da União Européia encarnam, hoje, como Silvio Berlusconi e Nicolas Sarkozy.
Sem uma cultura escrita que tenha esclarecido suas origens com precisão, os povos rom têm mil anos carregando de um lado para outro suas tralhas, e com o que mais lhe pesa: o clima de medos e preconceitos que todas as sociedades, religiões, culturas e regimes políticos têm deles guardado. Os historiadores consagrados apenas os nomearam. No estudo inquietante do mundo mediterrâneo na época de Felipe II (1800 páginas), Fernando Braudel lhes dedica, em pé de página, uma só linha em que diz: "...do trato dado aos ciganos espanhóis enviados às galeras, não por causa de um delito, mas por causa da necessidade de que houvesse pessoas para remar". De acordo com os preconceitos da época, Cervantes narrou a história de um amor entre Preciosa e um jovem da nobreza que decide comprar a criança, raptada e criada por uma velha cigana cheia de malícia. E Shakespeare, mais indulgente, introduziu os ciganos em cinco de suas obras: Caliban, Como Gostais, Romeu e Julieta, Antônio e Cleopatra e Otelo. No início do século XIX, quando no bairro Sacromonte, em Granada, os ciganos andaluzes começaram a difundir a arte flamenca ou ciganoandaluz que vinham aperfeiçoando desde o século XV, produziu-se um sobressalto. Fusão da voz com a guitarra e o corpo que, anós depois, consagrariam o par de mulheres mais famosas da cultura cigana: Esmeralda e Carmem, mulheres lendárias. Esmeralda (Victor Hugo, Nossa Senhora de Paris, 1831) e Carmem (Prosper Merimée, 1845), foram algo mais que simples personagens lendárias na literatura romântica. Foram uma explosão: a revelação do que as mulheres almejavam para si, faiscando engenho, sempre se rendendo os homens e à vida que, acima de tudo, amam a liberdade. Sensualidade recôndita No fundo, o desejo de liberdade que José Martí entendeu assim: "Deixam na memória os ciganos as cores de um sonho brilhante...Como que persegue o cigano sem consciência um ideal que não há de encontrar jamais" (Entre flamencos, 1883). Em El amor brujo (ballet, 1925), e Bodas de sangre (teatro, 1933), os andaluzes Manuel de Falla e Federico García Lorca sublimaram a tragédia dos ciganos. Tia Añica la Piñaraca, famosa cantora andaluz, dizia, de sua arte: quando canto com gosto, sai sangue de minha boca. Temidos, expulsos, explorados, escravizados, marginalizados, dispersos pelo mundo, os povos rom souberam conservar sua cultura e uma férrea tradição de hábitos e costumes que, para sobreviver, não podiam senão serem muito conservadores. Apesar das duríssimas condições de vida, os ciganos deram ao mundo personagens famosos: atores (Charles Chaplin, Yul Brynner, Michael Caine); guitarristas de jazz, rock e flamenco (Django Reinhardt, Ron Wood, Camarón de la Isla, Tomatito), bailarinas (Carmen Anaya); baladistas (Sandro, Diego el Cigala), Augusto Krogh (premio Nobel de Medicina, 1920). Até Bill Clinton se jacta de ser sobrinho tataraneto de Charles Blythe, rei dos ciganos da Escocia (1847)! Alguns estudiosos associam o povo cigano com o povo judeu. No entanto, os ciganos não se regem por livros sagrados, não reclamam territórios, não defendem o nacionalismo e tampouco formaram grandes grupos financeiros. Os ciganos representam uma das comunidades mais inofensivas e pacíficas do mundo, e seus ideais figuram na bandeira que adotaram em 1971: azul em cima (o céu do país que os recebe), verde abaixo (o território em que pisam), e uma roda no meio, que simboliza o nome de seu hino: Guedem, guedem (andai, andai). Por sua fragilidade material e política, os povos rom tem sido o bode expiatório perfeito do racismo e do neofascismo que os governantes da União Européia encarnam, hoje, como Silvio Berlusconi e Nicolas Sarkozy. Ou personagens como a inglesa Viviane Reding, que preside a Comissão para Justiça e os Direitos Fundamentais dos Cidadãos Europeus (sic). Em abril passado a senhora Redign qualificou de inaceitáveis as discriminações sofridas por essa minoria étnica (que não se dignou a nomear). Depois (muito british, ela), retificou, dizendo que não estava a favor nem contra as propostas francesas. Ou seja, a expulsão dos ciganos do país da tolerância. Nada de novo. Os reis Luis XII (1504), Francisco I (1538) e Carlos IX (1560) expulsaram os ciganos da França, e no início da Segunda Guerra Mundial o regime de Vichy seguiu com a tradição. Prendeu 30 mil ciganos e entregou 15 mil aos nazis que acabaram nos fornos dos crematórios. (*) John Steinsleger é jornalista e escritor argentino e tem uma coluna no La Jornada |
Mergulhar no mundo de Lorca - CONVERSA SOBRE TEATRO
Nos primeiros parágrafos da conferência, Lorca repele qualquer tipo de homenagem:
“Não há coisa mais desolada do que o discurso frio em nossa honra, nem momento mais triste que o aplauso organizado, ainda que seja de boa fé. Além do que, creio que banquetes e pergaminhos trazem má sorte ao homem que as recebe; má sorte nascida atitude descansada dos amigos que pensam: ‘Já cumprimos com ele’.”
“Exigência e luta, com um fundo de amor severo, temperam a alma do artista, que se feminiza e destrói com o fácil afago.”
“Os teatros estão cheios de sereias coroadas com rosas de inverno, e o público está satisfeito e aplaude vendo corações de serragem e diálogos a flor do dentes; mas o poeta dramático não deve esquecer, se quer se salvar do esquecimento, os campos de rosas, molhados do amanhecer, onde sofrem os lavradores, e esse pombo, ferido por um caçador misterioso, que agoniza entre os juncos sem que ninguém escute seus gemidos.”
Ao falar sobre Yerma: “(…) mas não tenho maior alegria na minha curta vida de autor do que inteirar-me de que a família teatral de Madrid pedia a grande Margarita Xirgu, atriz de imaculada história artística, luz do teatro espanhol e admirável criadora do papel, com a companhia que tão brilhantemente a secunda, uma representação especial para vê-la.”
A função do teatro: “O teatro é um doa mais expressivos e úteis instrumentos para a edificação de um país e marcador de sua grandeza. Um teatro sensível e bem orientado em todos os seus ramos, pode mudar em poucos anos a sensibilidade do povo; e um teatro destroçado, pode adormecer uma nação inteira. O teatro é uma escola de lágrimas e riso e um tribunal livre onde os homens podem por em evidência morai velhas ou novas e explicar com exemplos vivos normas eternas do coração e o sentimento humano.”
“Um povo que não ajuda e não estimula seu teatro, se não estiver morto, está moribundo; como o teatro que não recorre ao pulso social, ao pulso histórico, o drama de sua gente, e a cor genuína de sua paisagem e espírito, com risos e lágrimas, não tem o direito de chamar-se teatro, mas sim uma sala de jogos para se fazer essa coisa horrível que se chama ‘matar o tempo’”.
Sobre a crise do teatro: “Enquanto que atores e autores estão nas mãos de empresas absolutamente comerciais, livres e sem nenhum controle literário nem estatal de nenhuma espécie, os atores, autores e o teatro inteiro se afundarão cada dia mais, sem salvação possível. O teatro em verso, o gênero histórico e a chamada opereta espanhola sofrerão cada dia mais porque são gêneros que exigem muito e onde cabem inovações verdadeiras.”
“O teatro deve se impor ao público, e não o público ao teatro. Há necessidade de se fazer isso pelo bem do teatro, e para glória e hierarquia dos intérpretes (…)O contrário é tremer de medo e matar as fantasias, a imaginação e a graça do teatro, que é sempre, sempre uma arte.”
“Arte nobilíssima, e vós, atores, artistas acima de todos. Artistas dos pés a cabeça, posto que por amor e vocação, subiram ao mundo fingido e doloroso do palco. Artistas por ocupação e preocupação.”
“Eu sei que não tem razão aquele que diz: “Agora mesmo, agora” com os olhos postos nas pequenas faces da bilheteria, mas sim o que diz “Amanhã, amanhã, amanhã” e sente chegar uma nova vida que cerne sobre o mundo.”
sexta-feira, 11 de março de 2011
Mergulhar no mundo de Lorca - EL TEATRO DE FEDERICO GARCÍA LORCA
Federico García Lorca nació en Fuentevaqueros (Granada) en 1898. Estudió en su ciudad Derecho y Filosofía y Letras hasta 1919, año en que se trasladó a la Residencia de Estudiantes de Madrid, donde conoció artistas como Moreno Villa, Emilio Prados o Salvador Dalí. Hacia 1916 abandona sus estudios de música para dedicarse a escribir. Lo atestiguan los borradores de esta época. Relativos al teatro, nos han llegado fragmentos como el Teatro de almas o el Teatro de animales, de tono simbolista o modernista. Algo más extenso será La viudita que se quería casar, que muestra rasgos desarrollados en obras posteriores: teatro en verso, gusto por lo popular, tono infantil de tintes trágicos... En Cristoesboza una tragedia religiosa, cuyo desenlace no podemos suponer. Son tanteos iniciales, necesarios en un escritor que ensaya técnicas y direcciones. | |||
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1.- Su primera obra para teatro, El maleficio de la mariposa (20/3/1920) es un drama infantil de insectos: satiriza al Poeta Curianito, que desprecia a la acaudalada Curianita Silvia por una mariposa herida. Este amor imposible lo enloquece. El tema romántico o modernista está en el punto de partida de la dramaturgia lorquiana.
2.- No se representa hasta finales de 1937 ni se publica hasta 1948 la Tragicomedia de don Cristóbal y la señá Rosita(h.1922). Esta farsa guiñolesca pertenecía a la sección de Los títeres de cachiporra y presentaba al grosero Cristobita, viejo rico y cruel, que prepara su boda con Rosita, enamorada de Cocoliche y visitada por su antiguo amor Currito. El viejo hace huir a éste, pero muere de una cuchillada que Currito le propina. Rosita queda, por fin, en brazos de Cocoliche.
Fonte: Spanish Arts |